domingo, 23 de janeiro de 2011

A LEI E O LUXO

BB e CEF bancam evento de luxo para juízes em resort

O conselheiro Jorge Hélio Chaves pedirá ao CNJ a abertura uma investigação contra juízes federais que participarem do encontro
Com informações da Folha de S. Paulo e do Blog do Lauro Jardim
O hotel é um paraíso particular com praia e campo de golfe
O hotel é um paraíso particular com praia e campo de golfe/Fotos divulgação
Um encontro de juízes federais no Hotel Transamérica da Ilha de Comandatuba, na Bahia, está sendo bancado pelo Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Souza Cruz, Eletrobras, Etco (Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial). A informação foi publicada na edição de hoje da Folha de S. Paulo em reportagem assinada pelo jornalista Frederico Vasconcelos. O evento é organizado pela Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe).
Cada magistrado desembolsará apenas R$ 750. Terá todas as despesas pagas, exceto passagens aéreas, e poderá ocupar, de quarta-feira a sábado, apartamentos de luxo e bangalôs cujas diárias variam de R$ 900 a R$ 4.000. A diferença deverá ser coberta por Caixa Econômica Federal (com patrocínio de R$ 280 mil), Banco do Brasil (R$ 100 mil), Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (R$ 60 mil), Souza Cruz, Eletrobras e Etco (Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial). Os três últimos não quiseram informar o valor pago pelo patrocínio. Entre os juízes, este tipo de encontro subsidiado é chamado de “0800″, em referência às chamadas telefônicas gratuitas.
O encontro prevê “programação científica” (quatro palestras) e assembleia geral. A maior parte do tempo será dedicada a competições e atividades esportivas (como oficinas de golfe e arco e flecha), além da programação social.
Hoje à tarde o jornalista Lauro Jardim, editor da Coluna Radar, da Revista Veja, informou no seu blog que o conselheiro Jorge Hélio Chaves pedirá ao CNJ a abertura

Uma diária em Comandatuba pode custar até R$ 9 mil
Uma diária em Comandatuba pode custar até R$ 9 mil
uma investigação contra juízes federais que participarem, de quarta a sábado, do XVII encontro da associação de classe cujas despesas serão bancadas, em parte, por bancos estatais e empresas privadas. Sua decisão tem o respaldo de pelo menos três conselheiros, com os quais almoçou hoje. Ele solicitará à administração dos cinco Tribunais Regionais Federais do país a relação dos magistrados participantes do evento. O conselheiro quer propor ao CNJ que crie um grupo de trabalho para limitar ou, pelo menos, deixar mais clara as regras para a concessão de patrocínios a juízes. Isso viria por meio de uma resolução. Diz Chaves:
– Enxergo como, no mínimo, esquisita esta relação. A idéia (da resolução) seria evitar que isso ocorra no futuro. Quebrar esse círculo vicioso.
maria-fernanda-orlandobritoMaria Fernanda Ramos Coelho, presidente da Caixa Econômica Federal. Foto: Orlando Brito

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