segunda-feira, 14 de novembro de 2011

VIVA A REPÚBLICA DAS BANANAS


República das Bananas é um termo pejorativo que faz referência a um Estado, geralmente latino-americano, politicamente instável, dependente de uma economia primária, comandado por um governo rico, corrupto, elitista e oligárquico.

Enfim, é um termo que vem sendo utilizado desde o início do século XX para caracterizar países em situações caóticas em matéria econômica ou social. Em um primeiro momento, foram apontadas como “Repúblicas das Bananas” Guatemala e Honduras, pois a origem da expressão descrevia com perfeição a realidade daqueles dois países no fim do século XIX e início do XX. Posteriormente, o nome foi sendo aplicado a todo país á beira do caos político ou econômico e com governos inoperantes e despóticos.

A expressão foi concebida para ser utilizada em uma obra literária de autoria do escritor norte-americano O. Henry (cognome de William Sydney Porter – 11 de setembro de 1862 – 5 de junho de 1910) intitulada “Cabbages and Kings” (Reis e Repolhos).

Nesta novela, O. Henry utilizava a expressão “República das Bananas” como uma crítica à fictícia República da Anchúria, que nas palavras do autor era uma “ditadura servil”, que explorava por meio da opressão e da violência a sua população e respectiva mão-de-obra, fazendo de seu país um enorme latifúndio, com especial atenção à produção da banana.

Procurado por fraude bancária pela justiça dos EUA, o autor passou um tempo refugiado em Honduras, onde presenciou as condições difíceis da população local, o que o inspirou sem dúvida nenhuma a compor sua história, bem como o termo que se tornou parte do vocabulário da imprensa mundial a partir de então.

A história da banana como produto principal de exportação na América Central é talvez o melhor exemplo de exploração e degradação que a economia baseada no latifúndio pode trazer.

As primeiras bananas foram exportadas aos Estados Unidos por volta de 1870, e logo se tornaram produtos de consumo apreciado pelo público norte-americano em geral, assim como acontecera com o café brasileiro quase na mesma época, que se tornou um produto de sobremesa popular entre a sociedade da nascente potência.

Percebendo o potencial econômico do produto, grandes companhias estadunidenses tratam de monopolizar o mercado onde os produtos mais populares eram cultivados.

No caso da banana, esta era a região da Guatemala e Honduras. Logo, surge uma companhia preponderante, a United Fruit Company, que trata de controlar a produção e distribuição total do produto até os EUA, e ao mesmo tempo, obter vantagens financeiras dos governos corruptos da área, que por sua vez exploravam os latifundiários.

 a produzirem mais e mais barato para enriquecerem sua oligarquia, sendo que por sua vez estes latifundiários exploravam cada vez mais os pequenos agricultores e camponeses, que, constituindo o elo mais fraco da corrente, não tinham como protestar, nem mudar a situação de obscuridão e opressão a que eram submetidos, permitindo assim que uns poucos senhores de terras, políticos e chefes militares tivessem acesso a um estilo de vida luxuriante.

É por meio dessa corrente maligna que um esquema de exploração e corrupção nascido de uma multinacional irá comandar os destinos de países inteiros. Ao invés do povo manifestar-se e fazer valer seus interesses, uma companhia privada irá comandar aquela nação como uma verdadeira fábrica, onde as leis de organização do trabalho não se aplicariam jamais.


Bibliografia:
BANANA REPUBLIC / REPUBLICA BANANERA: The United Fruit Company  Disponível em: http://www.mayaparadise.com/united_fruit_company.htm . Acesso em: 14 ago. 2011.
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