quinta-feira, 26 de maio de 2011

ACEROLA A MAIOR FONTE DE VITAMINA C


Compare a acerola com a laranja


A quantidade comparada - 100 gramas - equivale a 1 laranja pequena ou 9 unidades de acerola.

1. As artérias saem ganhando

Com a laranja. É que ela oferece uma dose maior de potássio, o mineral que ajuda a combater a hipertensão. Precisamos de 2 mil miligramas por dia.

• Laranja 181 miligramas
• Acerola 145 miligramas

2. Cheia de fibras

Quem ganha nesse quesito é outra vez a laranja. Ela tem o dobro da substância, boa para o intestino e para o coração.

• Laranja 2,2 gramas
• Acerola 1,12 grama

3. Não tem pra ninguém

Quando o assunto é vitamina C, a acerola é campeã.  Mas vale lembrar que se a fruta vira suco tem que tomá-lo rapidamente. Senão o nutriente se dissipa. Homens precisam de 90 miligramas e mulheres de 75.

• Acerola  1676,0 miligramas
• Laranja      53,2 miligramas

4. Um tantinho a mais

A laranja oferece maior quantidade de calorias, mas nada que bote a silhueta em risco.

• Laranja 45 calorias
• Acerola 32 calorias

5. Proteção a olhos vistos

A acerola tem mais vitamina A, aquela que afasta doenças como a cegueira noturna. A quantidade diária recomendada é de 900 microgramas para homens e 700 para mulheres.

• Acerola 76 microgramas
• Laranja 20 microgramas 

6. Azedume total

Com menor teor de carboidrato, a acerola é a mais azeda.

• Acerola 7 gramas
• Laranja 11 gramas

7. Contra tumores

Aposte na laranja, já que ela contém mais folato, uma vitamina que diminui o risco de câncer. A recomendação de consumo é de 400 microgramas para homens e mulheres.

• Laranja 30 microgramas
• Acerola 14 microgramas


FONTE: PÉROLA RIBEIRO, NUTRICIONISTA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
PRODUÇÃO ILIANE MARCONI


         Curiosidades: 
  • A árvore da acerola chama-se aceroleira. É um arbusto de aproximadamente 3 metros de altura.
  • A acerola é uma fruta de cor vermelha que possui um sabor ácido-azedo e o cheiro é semelhante ao da maça.
  • Existem diversas espécies de acerolas, porém as mais plantadas no Brasil são: cabocla, cereja, apodi, frutacor, olivier, roxinha e rubra.
  • É uma fruta típica de regiões tropicais e subtropicais, pois necessita muito dos raios solares no seu processo de vida.
  • Além da vitamina C, a acerola apresentação boas quantidades de: cálcio, ferro, fósforo, vitamina A, B1, B2 e B3.
  • Atualmente a região nordeste do Brasil é a maior produto de acerolas do país. A agroindústria utiliza a fruta para a produção de sucos, polpa congelada e outros produtos alimentícios.
  • Uma acerola pesa, em média, de 20 a 40 gramas.

    Propriedades terapêuticas :

    A fruta é bastante utilizada por pessoas com gripes e resfriados, afecções pulmonares, doenças do fígado, doenças nasais e gengivais. a angina  (como complemento a outros tratamentos),  a astenia  (fadiga),  e contra a diarréia. 



quinta-feira, 19 de maio de 2011

A MAGIA DAS FESTAS JUNINAS

Festas Juninas no Nordeste

Embora sejam comemoradas nos quatro cantos do Brasil, na região Nordeste as festas ganham uma grande expressão. O mês de junho é o momento de se fazer homenagens aos três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio. Como é uma região onde a Seca é um problema grave, os nordestinos aproveitam as festividades para agradecer as chuvas raras na região, que servem para manter a agricultura.

Além de alegrar o povo da região, as festas representam um importante momento econômico, pois muitos turistas visitam cidades nordestinas para acompanhar os festejos. Hotéis, comércios e clubes aumentam os lucros e geram empregos nestas cidades. Embora a maioria dos visitantes seja de brasileiros, é cada vez mais comum encontrarmos turistas europeus, asiáticos e norte-americanos que chegam ao Brasil para acompanhar de perto estas festas.



BRINCADEIRAS DE FESTA JUNINA

Pescaria
A pescaria é uma das brincadeiras mais tradicionais de Festa Junina. Ela é simples e bem divertida. Basta recortar peixes de papel grosso (tipo papelão) e colocar números neles. Devemos colocar uma argola na boca do peixe e enterrá-lo num recipiente grande com areia. Devemos deixar apenas a argola para fora e o número deve ficar encoberto pela areia. Os participantes recebem varas de pescar. Ganha a brincadeira aquele que pescar a maior quantidade de peixes ou com maior número de pontos. Em quermesses é também comum dar prêmios (brindes) aos participantes que pescam os peixes.

Corrida do saco
Também muito tradicional, consiste numa corrida onde os participantes devem pular dentro de um saco de estopa (saco de farinha, por exemplo). Quem atingir a reta final primeiro ganha a partida. É possível também fazer a corrida em duplas.

Corrida do Saci-Pererê
Parecida com a corrida do saco, porém os participantes devem correr apenas num pé.

Jogo do rabo do burro
Este jogo é bem divertido. Usamos um burro desenhado em madeira ou papelão. O participante deve, com os olhos vendados, colocar o rabo no burro no local certo. O participante deve ser girado algumas vezes para perder a referência.

Derrubando latas
Basta colocar várias latas vazias num muro. Os participantes tentam derrubar as latas atirando bolas feitas com meias. Vence quem derrubar mais latas.

Correio Elegante
Os organizadores da brincadeira servem como intermediários na entrega de bilhetes com mensagens de amor, amizade, paquera ou apenas brincadeira.

Pau de sebo
Esta brincadeira está quase sempre presente em todas Festas Juninas. Os organizadores da festa colocam um tronco de árvore grande fincado no chão. Passam neste tronco algum tipo de cera ou sebo de boi. No topo do pau de sebo, coloca-se algum brinde de valor ou uma nota de dinheiro. A brincadeira fica interessante, pois a maioria dos participantes não conseguem subir e escorregam.

Quebra-pote
Um pote de cerâmica fina é recheado de doces e balas. Esse pote é amarrado em uma trave de madeira. O participante (geralmente criança), de olhos vendados, e munido de uma madeira comprida tentará acertar e quebrar o pote. Quando isso acontece todos podem correr para pegar as guloseimas.

Corrida do Ovo na colher
Um ovo de galinha é colocado numa colher de sopa. Os participantes devem atingir a linha de chegada levando a colher com o cabo na boca, sem derrubar o ovo.

COMIDAS TÍPICAS DE FESTA JUNINA

Toda Festa Junina deve contar com os pratos típicos, pois eles fazem parte da tradição desta importante festa da cultura popular brasileira. São doces, salgados e bebidas que estão relacionados, principalmente, à cultura do campo e da região interior do Brasil. Podemos destacar que muitos cereais (milho, arroz, amendoim) estão na base de grande parte das receitas destas comidas. O coco também aparece em grande parte das receitas, principalmente dos doces.

As principais bebidas e comidas de Festa Junina:
- Arroz Doce
- Bolo de Milho Verde
- Baba de moça
- Biscoito de Polvilho
- Pipoca
- Curau
- Pamonha
- Canjica
- Milho Cozido
- Suco de milho verde
- Quentão (bebida feita com gengibre, pinga e canela)
- Biscoito de Polvilho
- Batata Doce Assada
- Bolo de Fubá
- Bom-bocado
- Broa de Fubá
- Cocada
- Cajuzinho
- Doce de Abóbora
- Doce de batata-doce
- Maria-mole
- Pastel Junino
- Pé de moleque
- Pinhão
- Cuzcuz
- Quebra Queixo
- Quindim
- Rosquinhas de São João
- Vinho Quente
- Suspiro



As tradições fazem parte das comemorações. O mês de junho é marcado pelas fogueiras, que servem como centro para a famosa dança de quadrilhas. Os balões também compõem este cenário, embora cada vez mais raros em função das leis que proíbem esta prática, em função dos riscos de incêndio que representam.

No Nordeste, ainda é muito comum a formação dos grupos festeiros. Estes grupos ficam andando e cantando pelas ruas das cidades. Vão passando pelas casas, onde os moradores deixam nas janelas e portas uma grande quantidade de comidas e bebidas para serem degustadas pelos festeiros.

Já na região Sudeste são tradicionais a realização de quermesses. Estas festas populares são realizadas por igrejas, colégios, sindicatos e empresas. Possuem barraquinhas com comidas típicas e jogos para animar os visitantes. A dança da quadrilha, geralmente ocorre durante toda a quermesse.

Como Santo Antônio é considerado o santo casamenteiro, são comuns as simpatias para mulheres solteiras que querem se casar. No dia 13 de junho, as igrejas católicas distribuem o “pãozinho de Santo Antônio”. Diz a tradição que o pão bento deve ser colocado junto aos outros mantimentos da casa, para que nunca ocorra a falta. As mulheres que querem se casar, diz a tradição, devem comer deste pão.




sexta-feira, 13 de maio de 2011

A ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL AINDA ESTÁ INCOMPLETA


A assinatura da Lei Áurea em 13 de maio de 1888 foi um ato que aboliu formalmente a escravidão no Brasil, mas que não apresentou nenhum projeto nacional de inserção de negro na sociedade. A afirmação é da vereadora de Salvador Olívia Santana (PCdoB), que reconhece a importância da data, mas defende que a abolição ainda não é completa, mesmo 123 anos depois. O problema talvez esteja na falta de reconhecimento do protagonismo dos escravos no processo, como explica o historiador Ubiratan Castro.

A escravidão foi abolida no Brasil em 13 de maio de 1888, quando a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, tornando livre todos os negros do país. É isto que se ensina nas escolas brasileiras até hoje. Embora verdadeira, a informação que consta nos livros de história está, no mínimo, incompleta. “O 13 de maio foi a culminância do maior movimento social transclassista do século 19, que mobilizou o movimento de escravos - com os quilombos e as revoltas nas fazendas, combinado com os movimentos das chamadas classes de letrados abolicionistas que davam apoio a este movimento.

 Era um movimento voltado para a libertação, o fim do regime da escravidão, mas com o maior vínculo com a cultura negra, com a condição do próprio escravo. A idéia da revolução era libertar os escravos e eles se transformariam em operários e isso indicava um avanço”, explica o historiador e professor Ubiratan Castro. 

“O problema foi o desfecho desta grande revolução. Porque a rigor, a vitória foi obtida: acabou-se com a escravidão, mas logo em seguida, os escravos perderam o controle político deste movimento. Os monarquistas rapidamente concordaram com a idéia de acabar com a escravidão, como forma de impedir que aquela revolução se deslocasse da liberdade dos escravos para a liberdade da terra. 

Porque a proposta dos escravos mais radicais era não só de acabar com a escravidão, mas que os senhores tinham que indeniza-los pelos anos de trabalho gratuito em suas terras. Então os monarquistas, vendo que era impossível parar este movimento, fizeram um movimento político concedendo imediatamente a abolição.

 É o que está no 13 de Maio, uma abolição sem nenhuma reparação, sem nenhuma desapropriação de terra. E a partir daí, os monarquistas começaram a fazer a divulgação deste mito do 13 de Maio. De que a princesa foi bondosa, que sacrificou seu trono pelos escravos, que foi um ato de bondade dos brancos a abolição da escravidão”, ressalta o professor. 

“Então, quando os movimentos reagem ao13 de Maio, eles na verdade estão reagindo a uma versão oficial da abolição em que os negros foram agraciados com a liberdade, dada por uma princesa bondosa e não como resultado de sua própria luta.

 Acho que é importante rever a questão do abolicionismo, até para a gente entender a dinâmica de um movimento social transclassista e como de repente, as classes fundamentais acabam perdendo o rumo de um movimento e acabam sendo prejudicadas no futuro”, acrescenta Ubiratan Castro. 


Processo incompleto



Para a vereadora Olívia Santana, militante histórica da luta contra o racismo, não foi só isso. “O grande problema foi que Lei Áurea aboliu formalmente a escravidão, mas não apresentou nenhum projeto de inserção de negro na sociedade. 

O negro continuou na periferia, na franja, nas encostas. Em uma situação ainda de muita subalternidade. Não é a toa que a escravidão existe até hoje. Por isso, nós vimos durante o governo Lula uma agenda de combate ao trabalho escravo, o que constata a triste realidade de que o trabalho escravo persiste ate hoje no Brasil.

E a principal vítima disto ainda é a população negra. Não houve nenhuma política de inclusão educacional do negro, de inclusão do negro no topo da estrutura social, de divisão de renda, de indenização daquelas famílias que serviram à escravidão, que deveriam ter tido o benefício, ter sido alvo de distribuição de renda, de indenização. 

Era necessário indenizar aqueles que deixaram de ser escravos para ter um fundo de partida e isso não aconteceu. Então, por isso o movimento negro sempre observou mais 13 de Maio como uma data pomposa. Não é exatamente o não reconhecimento do 13 de Maio, mas o entendimento de que a abolição não foi concluída nesta data”, argumentou Olívia.



A comunista baiana defende a necessidade de adoção de políticas consistentes de enfrentamento do racismo para mudar a situação. “Não dá para ficar fazendo de conta. É preciso ir fundo na questão. Ontem, eu estava no Congresso Nacional e fiquei espantada como o Congresso Nacional é branco. 

É difícil você encontrar um assessor parlamentar negro na Câmara Federal e no Senado, é pior ainda. Precisamos pensar a questão enfrentamento ao racismo, que continua sendo uma agenda exclusiva do movimento negro e não deve ser. Tem que ser uma agenda de todas as estruturas que se propõem a dirigir esta sociedade. É preciso que todos se unam na luta contra a discriminação racial. Que se remova este obstáculo do caminho da população negra”, acrescenta.



“Nós tivemos avanços com as políticas sociais no governo Lula, que conseguiu melhorar as condições de vida das classes D e E, que é onde há uma maior concentração de negros, mas nós também queremos discutir o topo da pirâmide. 

Nós queremos discutir o empresariado, a classe política dirigente do país. Nós continuamos sem conseguir eleger negros de maneira significativa. É inimaginável um governador negro na Bahia. Parece uma heresia, porque a estrutura do poder político ainda é muito fechada, muito distante desta realidade. Nós temos que admitir que houve avanços. Houve. Mas os avanços são muito lentos diante das enormes carências que a população negra tem. 

Nós vamos poder dizer de fato que nós conseguimos mexer com o racismo, quando a gente tiver mais parlamentares negros eleitos, mais prefeitos, mais governadores, mais deputados. Quando a gente tiver um projeto educacional mais debruçado na educação pública no país “, defende Olívia. 



“O Brasil celebra a possibilidade de ser a quinta potencia econômica mundial, mas ainda amarga uma péssima posição quando se trata dos indicadores sociais, de inclusão social. Não pode ser assim. Desenvolvimento econômico tem que ser acompanhado por desenvolvimento social e, mais importante, que inclua este grande contingente da população que ficou a margem do desenvolvimento durante tanto tempo.

 Nós temos mais de 120 anos de abolição da escravatura, mais ainda nos ressentimos da maneira como a população negra se encontra em situação tão desigual, tão diferenciada na estrutura social brasileira.

Talvez precisemos de uma segunda abolição para completar a lei incompleta. Para abolir o preconceito, o racismo e os obstáculos que impedem um maior desenvolvimento da população negra no Brasil”, conclui a vereadora Olívia Santana.



De Salvador, 
Eliane Costa 
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