terça-feira, 2 de março de 2010

O STF É A HERMENÊUTICA SOCIOLÓGICA

Como escreveu Luiz Bispo, se verdadeiramente, o primeiro homem foi Adão, a primeira mulher Eva e os seus primeiros filhos Caim e Abel, muito teríamos de fazer para uma vida ordeira e pacífica. A primeira mulher, induzindo o homem inicialmente ao pecado, à mentira, ao descumprimento da ordem instituída, e o primeiro filho assassinando o irmão, cheio de inveja, foram prenúncios de uma vida associativa carente de regramentos rígidos e bem definidos. Se a verdade é outra, como nos tenta ensinar a teoria da evolução, ainda maior seria o esforço do homem na criação de regras implantadoras de uma ordem social, dominadora da anterior ferocidade do animal.

Daí a necessidade do Direito, conceituado como o conjunto de princípios, valores e regras imperativas com o escopo de garantir a convivência social, limitando-se a ação de cada um de seus membros. O Direito, portanto, é concebido como a realização de convivência ordenada.

Todavia, sabe-se que o Direito depende de interpretação para ser vivificado, segundo processos lógicos adequados. Incumbe, pois, ao lidador jurídico extrair o sentido pleno dos textos legais, sob a ótica da sistemática jurídica, dando-lhe significados.

Pois bem, na atualidade, o Supremo Tribunal Federal figura como grande expoente na imprensa falada e escrita em nosso país, por força de várias questões polêmicas submetidas a seu crivo, exempli gratia, recebimento da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (MPF) sobre o “caso mensalão”, liberação das pesquisas com células-tronco embrionárias, interceptações telefônicas, regulamentação do emprego de algemas, vedação ao nepotismo, demarcação da reserva indígena Raposa do Sol, em Roraima, aborto de feto anencéfalo etc.

Não é por outra razão que, nos dias que correm, tanto se fala ou se escreve sobre hermenêutica na seara jurídica (e até não-jurídica), tendo como principal vertente os princípios da proporcionalidade (razoabilidade) e da dignidade da pessoa humana.

Mas em que consiste a cantada e decantada hermenêutica jurídica?

O vocábulo hermenêutica deriva do teônimo grego Hermes, que era uma divindade detentora de inúmeros segredos, considerada capaz de revelá-los.

Diz a mitologia grega que Hermes era inventor de práticas mágicas, que conduzia as almas na luz e nas trevas, que sabia tudo, que esclarecia tudo.

Numa visão teológica, hermenêutica significa a arte de interpretar o verdadeiro sentido dos textos sagrados.

Já no âmbito jurídico, pragmaticamente falando, hermenêutica exprime a idéia de interpretação e compreensão da norma. É o descortínio do sentido e do alcance da norma, procurando a significação dos conceitos jurídicos. É preciso fazer escavações na lei para encontrar o Direito, disse Victor Hugo.

São vários os métodos de interpretação do Direito, desde os clássicos – gramatical, lógica, histórica e teleológica – até os contemporâneos – jurídico, científico-espiritual, tópico-problemático, hermenêutico-concretizador e normativo-estruturante.

A verdade é que o processo de interpretação do Direito é infinito, em que o exegeta funciona apenas e tão-somente como um mediador. É o que Sheakespeare, na sua tragédia Hamlet, disse pela boca de Horácio: há mais coisas entre o céu e a terra do que possa supor nossa vã filosofia.

Não menos verdade é o fato de o Direito ser uma Ciência eminentemente dialética, que, salvo raras exceções, não admite verdade absoluta. É dizer, a polissemia é regra nas normas jurídicas.

Leguleio jurídico à parte, uma coisa é certa: pouca importância tem o método empregado, quando razoável. Fato é que tudo é questão de escolha, já que a liberdade do Judiciário é quase que completa, só estando limitada pela obrigatória fundamentação (art. 93, IX, da CF).

Em outras palavras, o mesmo texto permite inúmeras exegeses: não há nenhuma exegese correta.

Trocando tudo isso em miúdos, sem circunlóquios nem eufemismos, pode-se afirmar que o ponto crítico da hermenêutica é o ponto de vista do exegeta.

Por isso que o ganhador do Prêmio Nobel da Paz (1964), pastor e ativista Martin Luther King, ao visitar um país estrangeiro e ser informado da excelência do Direito ali legislado, respondeu: não quero saber de suas leis; quero saber dos seus intérpretes.

Daí que, convenhamos, em um país como o nosso, carcomido pela corrupção, criminalidade e impunidade, mostram-se inconcebíveis exegeses jurídicas que ao invés de extirparem/amenizarem tais problemas só fazem fomentá-los.

A propósito, faz certo notar que a hermenêutica penal e processual penal, ultimamente, professada por alguns setores do Judiciário, dá azo à conclusão de que a violência, neste país, está naturalizada, banalizada e até mesmo autorizada.

Nesse cenário, apresenta-se como obrigação urgente uma mudança de paradigma. Os membros do Poder Judiciário, intérpretes necessários e permanentes do Direito e servos da população que são, não podem desprezar a hermenêutica sociológica. Por essa rota, o intérprete coloca-se diante da realidade social, nunca perdendo de vista os reflexos de sua decisão no seio da sociedade – fazendo com que o Direito cumpra sua função ordenadora da convivência social. Vale dizer, no fogo cruzado doutrinário e jurisprudencial, deve o magistrado preferir a posição que melhor atenda aos anseios sociais.

Mais incisivamente: dentro das escolhas do exegeta frente à Ciência polissêmica que é a Jurídica, o único método interpretativo razoável é o que decorre da lógica humana, do justo, que tenha ressonância congruente no inconsciente social. É a decisão que convence o Homem da Rua - o homem simples, ingênuo e destituído de conhecimentos jurídicos, mas capaz de distinguir entre o bem e o mal, o sensato do insensato, o justo do injusto, segundo a imagem criada por Piero Calamandrei (l’uomo della strada).

Em desfecho, a palavra de ordem é: deve-se interpretar o Direito com um olho na lei e o outro na realidade.

Por César Danilo Ribeiro de Novais, Promotor de Justiça no Mato Grosso.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

MARÇO CONTAGEM REGRESSIVA 8 MESES PARA AS ELEIÇÕES

É muito comum ouvirmos que todos os políticos são iguais e que o voto é apenas uma obrigação. Muitas pessoas não conhecem o poder do voto e o significado que a política tem em suas vidas.
A importância do voto

Numa democracia, como ocorre no BRASIL, as eleições são de fundamental importância, além de representar um ato de Cidadania. Possibilitam a escolha de representantes e governantes que fazem e executam leis que interferem diretamente em nossas vidas. Escolher um péssimo governante pode representar uma queda na qualidade de vida. Sem contar que são os políticos os gerenciadores dos impostos que nós pagamos. Desta forma, precisamos dar mais valor a política e acompanharmos com atenção e critério tudo que ocorre em nossa cidade, estado e país.
O voto deve ser valorizado e ocorrer de forma consciente. Devemos votar em políticos com um passado limpo e com propostas voltadas para a melhoria de vida da coletividade.

Como votar conscientemente

Em primeiro lugar temos que aceitar a idéia de que os políticos não são todos iguais. Existem políticos corruptos e incompetentes, porém muitos são dedicados e procuram fazer um bom trabalho no cargo que exercem. Mas como identificar um bom político?
É importante acompanhar os noticiários, com atenção e critério, para saber o que nosso representante anda fazendo. Pode-se ligar ou enviar e-mails perguntando ou sugerindo idéias para o seu representante. Caso verifiquemos que aquele político ou governante fez um bom trabalho e não se envolveu em coisas erradas, vale a pena repetir o voto. A cobrança também é um direito que o eleitor tem dentro de um sistema democrático.

Durante a campanha eleitoral

Nesta época é difícil tomar uma decisão, pois os programas eleitorais nas emissoras de rádio e TV parecem ser todos iguais. Procure entender os projetos e idéias do candidato que você pretende votar. Será que há recursos disponíveis para que ele execute aquele projeto, caso chegue ao poder ? Nos mandatos anteriores ele cumpriu o que prometeu ? O partido político que ele pertence merece seu voto? Estes questionamentos ajudam muito na hora de escolher seu candidato.

Conclusão

Como vimos, votar conscientemente dá um pouco de trabalho, porém os resultados são positivos. O voto, numa Democracia, é uma conquista do povo e deve ser usado com critério e responsabilidade. Votar em qualquer um pode ter conseqüências negativas sérias no futuro, sendo que depois é tarde para o arrependimento.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

VENHA PARA RESISTÊNCIA AO BANDO DO LULA


COMPARATIVO ENTRE O BANDO DE LAMPIÃO MARIA BONITA JARARACA E O BANDO DE LULA DILMA JOSÉ DIRCEU

UM VERDADEIRO FILHO DO BRASIL

Brasil

Acreditar num país tão injusto
Onde crianças sofrem com insultos
Vendendo balas no farol
E dormindo sem ter um lençol.

Saudades da ditadura e da repressão
Hoje sofremos como uma regressão
De um país sofrido e calado
Diante de uma nova inquisição

Os governantes não enxergam
As crianças tentam apenas falar
As pessoas não conseguem ouvir
Que algo nesse país precisa melhorar

E o olhar triste de uma criança
Alimentando a fome com a sua esperança
De um país hoje sem liderança
E sem promessas de mudanças

Hoje ela deita para dormir
Dorme em cima de papelão rasgado
Com fome, sede e sem um destino a seguir
Que ontem foi o lixo de um deputado

E amanhã começa tudo de novo
E o menino anda de um jeito calado
Malabarismo na frente do povo
E muito dinheiro correndo no Planalto.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

MEXERICO DA CANDINHA

CARDEAL GERALDO MAJELLA PNDH FOI ELABORADO PELA MINORIA PETISTA

Recentemente o Arcebispo de Salvador (BH) e Primaz do Brasil, Cardeal Geraldo Majella Agnelo, pegou pesado com o governo Petista, fazendo severas críticas ao programa de direitos humanos (PNDH) do governo Lula, em um artigo que teve como título “Brasil: programa de direitos humanos e os equívocos para o desenvolvimento”. No artigo, ele mostrou a intenção do governo: Afirmar que a vontade de uma minoria, é a vontade da maioria do povo brasileiro. A idéia dos petistas é de entre outras coisas legalizar o aborto e banir os símbolos religiosos dos espaços públicos, mesmo quando a maioria da população brasileira já manifestou explicitamente sua vontade contrária a estas medidas.

O tal programa (PNDH), que contém mais de 500 proposições e 73 páginas e que, segundo muitos comentadores, agride diversos artigos da Constituição Brasileira, e por isso, o Cardeal Majella afirma que “o leitor fica sem saber se esse decreto, que sai em ano eleitoral, deve ser recebido como o programa com o qual o Governo mostra sem retoques seu rosto aos eleitores ou se foi um equívoco do grupo que o redigiu, destinado a sair de circulação”.

“Os temas tratados são de grande interesse, mas os equívocos são muitos e perigosos”adverte o Cardeal Primaz. “O PNDH foi preparado sem uma ampla consulta à sociedade. Esta seria a maneira de sinalizar amadurecimento e consolidação do método democrático, abrindo espaço para o diálogo na sociedade plural”, lamentou.

Mais adiante, o arcebispo destaca que “os direitos humanos dos quais fala o PNDH se parecem mais com proposições de forte conotação ideológica próprias de grupos minoritários, do que com os Direitos Humanos propriamente ditos”. “A fonte última dos Direitos Humanos não se situa na mera vontade dos seres humanos, na realidade do Estado, nos poderes públicos, mas no próprio homem e em Deus seu criador. Tais direitos são universais, invioláveis e inalienáveis”, asseverou o prelado brasileiro citando o Compêndio da Doutrina Social da Igreja.

Referindo-se à Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela ONU que “podem e devem ser aperfeiçoados, integrados e explicitados”, o Cardeal Majella Agnelo afirma também que “isto jamais pode ser feito apresentando outros “direitos” em contradição com os que já foram solenemente proclamados. É o caso, por exemplo, do direito à vida, formulado no artigo terceiro da Declaração da ONU que reza: “Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal”", explicou.

O PNDH quer descriminalizar o aborto, tornando-o legítimo e factível até o último dia da gestação. Isto contradiz frontalmente o espírito e a letra do artigo terceiro. Além disso, pretende fazer passar como direito universal à vontade de uma minoria, já que a maioria da população brasileira manifestou explicitamente sua vontade contrária”, denunciou o Arcebispo de Salvador.

O purpurado chamou atenção para o fato de que “a abertura à vida está no centro do desenvolvimento”, como afirma o Papa Bento na Caritas in veritate: “Quando uma sociedade começa a negar e a suprimir a vida, acaba por deixar de encontrar as motivações e as energias para trabalhar ao serviço do verdadeiro bem do homem”.

Mais adiante, referindo-se a outro dos direitos fundamentais do homem à “liberdade de pensamento, consciência e religião” o Cardeal destaca que o PNDH “pretende banir do espaço público os símbolos religiosos”. “Creio que um referendum a respeito disso demonstraria a origem ideológica de uma opção que um pequeno grupo quer impor ao país inteiro, revelando sua postura autoritária. O amor à religião caracteriza a sensibilidade e a cultura do povo brasileiro. Fica difícil compreender como o Governo mais popular possa tomar decisões antipopulares”, indagou Dom Geraldo criticando o governo de Lula.

“O Brasil será condenado a continuar sendo o País do futuro ? Nós podemos dar todos os passos para ingressar num patamar mais elevado de justiça e de democracia, de crescimento e de paz. Mas o PNDH traz muitos sinais que parecem alimentar o atraso, o conflito e o mal-estar na sociedade“, concluiu o Arcebispo Primaz em seu artigo assinado no dia 25 de Janeiro, festa da Conversão de São Paulo.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

CUIDADO LULA A GRÃ-BRETANHA NÃO É HONDURAS

A Grã-Bretanha rejeitou nesta terça-feira as objeções argentinas à prospecção de petróleo na costa das ilhas Malvinas, alegando que tal perfuração não viola o direito internacional.
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, disse ter obtido nesta semana o apoio de seus colegas latino-americanos à tese de que as atividades iniciadas na segunda-feira pela empresa britânica Desire Petroleum violam a soberania argentina na região.
O arquipélago no Atlântico Sul, conhecido em inglês como Falklands, está sob controle britânico desde 1833, algo que a Argentina jamais reconheceu. Em 1982, Buenos Aires tentou ocupar militarmente as ilhas, provocando uma guerra de dois meses e quase mil mortos, com vitória britânica.
"A soberania britânica a respeito das Falklands é absolutamente clara no direito internacional (...). Não há dúvida sobre isso", disse o chanceler britânico, David Miliband, após discursar na entidade Demos, em Londres.
"A exploração que está ocorrendo na costa das Falklands (...) está totalmente dentro do direito internacional, totalmente baseada em precedentes", afirmou ele, acrescentando que a população ilhoa tem o direito a uma vida decente e a construir seu próprio futuro econômico.
Além de contestar a exploração de petróleo em torno das ilhas, a Argentina decidiu que todos os navios provenientes das Malvinas precisarão de uma autorização especial para atracar em portos do país.
Ao chegar para a cúpula do México, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que seu país apoia incondicionalmente a Argentina. "Aquele mar e aquela terra pertencem à Argentina e à América Latina", disse ele no domingo.
Um porta-voz do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, disse que não há previsão de contatos diretos entre ele e Cristina Kirchner para tratar do tema, e que a Grã-Bretanha nem cogita uma reação militar. "Não há nada contra o que reagir", afirmou.
Não há petróleo nas ilhas propriamente ditas, mas as empresas do setor apostam que existem reservas com bilhões de barris nas costas do arquipélago.
A Desire Petroleum disse ter aberto um poço em sua plataforma de alto mar chamada "Liz", onde pode haver até 400 milhões de barris, embora não seja possível saber ainda se haverá condições de retirada desse produto.
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