BRUXELAS — França e Reino Unido são a favor de ataques seletivos na Líbia caso o ditador Muamar Kadhafi utilize armas químicas ou ataques aéreos contra a população civil, afirmou o presidente francês, Nicolas Sarkozy, durante uma reunião da União Europeia (UE) nesta sexta-feira.
"Estamos preparados, se este for o desejo da ONU e se a Liga Árabe e a oposição líbia aceitarem, para realizar ações seletivas sempre e quando Kadhafi recorrer a armas químicas ou à aviação contra cidadãos pacíficos", assinalou Sarkozy, afirmando também falar em nome do primeiro-ministro britânico David Cameron.
Sarkozy também pediu que o bloco europeu reconheça oficialmente a oposição como representante legítima do povo líbio, como fez a França na quinta-feira.
Também pediu a criação no norte da África de zonas de acolhida dos refugiados do conflito líbio, mais de 250.000 dos quais já fugiram para a Tunísia e o Egito desde o início da rebelião contra Kadhafi em meados e fevereiro, segundo dados da ONU.
O presidente francês fez estas declarações ao chegar para a cúpula extraordinária de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) sobre o conflito líbio.
A Peleja do Cérebro com o Coração Autor: Marcus Lucenna
O Cérebro abriu a contenda Dizendo pro Coração Eu fiz o homem crescer Ter lucidez e razão Graças a mim ele pôde Dominar a criação
Retrucou o Coração Cérebro deixe de heresia A evolução da vida Antes de ti já existia Antes de um cérebro pensar Um coração já batia
Isso de nada valia Faltava minha influência A vida era primitiva Sem matemática ou ciência Eu cheguei e dei a ela O poder da consciência
É muita maledicência Também muita pretensão Chegar por último e querer Ser dono da evolução Cérebro, você só existe, Por causa do coração
Sou a fonte da razão Em mim nasce o pensamento Sou o pai da inteligência Da criação, do invento, Dou ao homem lucidez A competência e o talento
Já eu, sou o sentimento, Que eleva a sabedoria Eu tenho cinco sentidos Trabalhando noite e dia Pra dotar a existência De prazer, sonho, magia
Os neurônios seguem a guia Das ordens que me apetecem Glândulas e conexões Sensoriais me obedecem Os músculos fazem o que mando Minhas ordens reconhecem
Os neurônios adoecem Graças a sua impostura O pensamento enlouquece Vem depressão e amargura A dor que o cérebro causa É o coração quem cura
Isso é mentira pura Só vindo do coração Que é o órgão da frescura Da fraqueza e da ilusão Dizer que o cérebro é culpado Da loucura e depressão
Eu sou o pai da emoção Da paixão e do amor Em mim nascem sentimentos, Esse é meu maior valor Meu pulsar marca os momentos, Da vida saiba o senhor
Sou o cérebro pensador Moro dentro da cabeça Ponto mais alto do corpo Pra que ele não se esqueça Sou eu quem comanda ele É bom que ele me obedeça
Cérebro, não se aborreça, Sou a fonte da ternura Moro no meio do peito Onde a alma se depura Nem acima nem abaixo No equilíbrio da altura
És um músculo sem postura Disso eu nunca me esqueço Bomba de bombear sangue Contigo não me aborreço É pobre a sua função Mas tem valor, reconheço
Sou músculo e não lhe obedeço Bato à sua revelia Se eu parar a vida acaba Cessa a sua serventia Reconheço o seu valor Mas tu, não é o meu guia
Mas sou eu quem te alumia Quando você se apaixona Fica tonto, perde o rumo Circo com fogo na lona Te dou o meu equilíbrio Se não você desmorona
Eu trago você à tona Quando te vejo afundar Ao imaginar ser Deus Por ser capaz de criar Se eu não te desse humildade Teu ego ia nos matar
Coração eu dou a meta Que o homem deve alcançar Você com seu romantismo Só serve pra atrapalhar Vive no mundo da lua Só presta para sonhar
És vaidoso sem par Orgulhoso e prepotente Tu queres controlar tudo Vives sempre descontente És pai de qualquer estudo Mas és chamado "de mente"
Que trocadilho indecente Demente és tu coração Que bates descompassado Comprometendo a pressão Ao ficar apaixonado E sofrer uma traição
Feliz é o coração Que de amor adoece O cérebro é tão racional Que o amor não lhe apetece Eu tenho a maior razão A que a razão desconhece
Coração ao que parece Essa nossa discussão Nos dá a chance sagrada Para a valorização Do trabalho de nós dois Se for feito em união
Eu te dou de coração Minha sensibilidade Se você me emprestar Sua criatividade Juntaremos nossas forças Pro bem da humanidade
Te dou essa qualidade De ti quero a emoção Quero a sensibilidade O sonho, o amor, a paixão Para o homem ser feliz Depois da nossa união
Eu não paro de bater Tu não paras de pensar Quando eu precisar de ti Te peço pra me ajudar Ao precisares de mim Te dou o que lhe faltar
Meu amigo, o coração Ao cérebro falou bonito Razão é muito importante Com emoção, sem conflito Um dá suporte pro outro Sem confronto e nem atrito
Rio - Um homem foi baleado no final da manhã desta quarta-feira em Copacabana, na Zona Sul da cidade. O blogueiro Ricardo Gama, de 40 anos, passava pela Rua Santa Clara, altura do número 358, quando levou dois tiros na cabeça e um no peito disparados por bandidos que estavam em um veículo de cor prata.
A vítima foi socorrida por populares e levada para o Hospital Copa D'Or, no bairro. Apesar dos graves ferimentos, Ricardo não corre risco de morrer. A polícia ainda investiga os motivos do crime, mas acredita na hipótese de vingança ou acerto de contas. Ricardo Gama é famoso na internet por fazer denúncias políticas em seu blog.
SÃO PAULO - O medo de um grande acidente nuclear que hoje vive o Japão deveria desestimular projetos de construção de usinas nucleares no Brasil, opina o professor Joaquim Francisco de Carvalho. Ele, que já foi um dos diretores da empresa responsável pelas usinas de Angra 1, 2 e 3 (antiga Nuclen, hoje chamada de Eletronuclear), acredita que o Brasil não precisa correr tamanho risco e revela: "Há um lobby violentíssimo da indústria nuclear".
"As empresas em países mais desenvolvidos investem muito em lobby", diz. Para aliviar o custo deles, eles empurram para cima da gente", critica Carvalho, que também chegou a atuar como coordenador do setor industrial do Ministério do Planejamento. Ex-defensor da energia nuclear, tornou-se crítico. "Saí por isso mesmo, não concordava com essas coisas".
O Japão vive o temor de um vazamento nuclear de grandes proporções depois que o terremoto no país afetou o sistema de refrigeração de três dos seis reatores de Fukushima, ao norte de Tóquio. Nesta segunda-feira, a Marinha dos Estados Unidos confirmou que detectou vazamento de radiação no local, embora tenha afirmado em comunicado que os níveis eram baixos.
Carvalho, hoje aposentado e professor da Universidade de São Paulo, calcula que apenas sistemas hidrelétricos, eólicos e térmicos seriam suficientes para gerar energia para a população brasileira até 2040. Até lá, os brasileiros deverão somar 215 milhões de habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A Eletronuclear se antecipou nesta segunda e declarou que as usinas de Angra têm barreiras de aço para proteger contra terremotos. Qualquer usina é projetada dessa forma, rebate o especialista. Ainda assim, os acidentes acontecem porque "não há obra completamente segura". "Correr esse risco quando não se precisa é burrice", conclui.
Leia a entrevista.
O senhor acha que o acidente no Japão vai comprometer investimentos em projetos para energia nuclear, como os que o Brasil tem pendentes?
Joaquim Francisco de Carvalho - O Brasil simplesmente não precisa correr o risco de usar usinas nucleares para gerar energia elétrica. O Japão infelizmente correu o risco e aconteceu esse terremoto horrível. Mas eles não tinham alternativas. A França também não tem alternativas e corre um risco grande se houver um acidente nuclear. A Alemanha tem consciência disso e a chanceler Angela Merkel suspendeu o plano que estendia o prazo de vida de usinas nucleares no país. Isso porque a Alemanha não tem os recursos hidrelétricos que o Brasil tem. Está investindo pesadamente em energias alternativas.
Quais são as opções alternativas?
O potencial eólico no Brasil é muito grande. E não é aproveitado. Ele pode ser interligado à geração hidráulica de forma que não exista o problema que existe em outros países, de uma geração intermitente. E ainda contribui para quando há seca.
O acidente muda um pouco a ideia de que a energia nuclear possa ser vista como energia limpa, não?
Sem dúvida, não é assim. Eu ainda estou muito abalado com isso que aconteceu no Japão, mas eles correram o risco.
No Japão, três reatores superaqueceram. Esse é um risco sabido?
Nenhuma obra é perfeita. É um risco pequeno, mas é um risco. E se não há necessidade, não há porque correr esse risco. O Japão fez essa opção porque precisava, não tem reservas de petróleo nem potencial hidrelétrico, nem nada.
Mas esse é o principal perigo?
Há muitos riscos, não dá para dizer qual é o maior, o principal problema mesmo é que acidente nuclear não é que nem acidente aéreo. Se um avião cair, é uma tragédia para aquelas famílias, mas a tragédia não passa do local e do momento da queda. Num acidente nuclear, pode ser que não morram muitas pessoas na hora, mas as consequências duram por anos. É uma tristeza. É um desespero total. E um acidente nuclear pode se espalhar por um continente inteiro.
O Brasil trabalha na instalação da usina nuclear de Angra 3 e tem ainda a proposta de construção de uma usina nuclear no Nordeste, entre Pernambuco e Bahia.
Não é necessário. Isso é porque há um lobby violentíssimo da indústria nuclear. As empresas em países mais desenvolvidos investem muito em lobby, porque energia nuclear é muito caro. Então, para aliviar o custo deles, eles empurram para cima da gente.
Estamos comprando a ideia?
Estamos comprando. É como a história do bonde. O caipira nunca tinha visto um bonde, só andava a cavalo, e achou uma maravilha quando viu. O carioca muito malandro se aproveitou. Vendeu o bonde pra o caipira levar pra roça. Nós estamos comprando o bonde. Correr o risco das nucleares quando não se precisa é uma burrice.
A Alemanha, por exemplo, celebrou acordo com o Brasil para construção de usinas em Angra. É um dos países que faz esse lobby?
A Alemanha ainda tem consciência. Pior são os Estados Unidos. Eles são contra as hidrelétricas no Brasil, não aceitam que um país como o Brasil avance numa área diferente.
UE e Otan decidem pôr fim ao regime de Kadafi, mas ainda não sabem como
De Pascal MALLET (AFP) – Há 7 horas
BRUXELAS — Os ocidentais, que acordaram em acelerar o fim do regime de Muamar Kadafi e entrar em contato com a rebelião, passaram em revista os recursos, inclusive militares, disponíveis para acabar com crise na Líbia antes que ela escape do controle, mas não chegaram a um consenso.
A Otan acredita que "o tempo é curto na Líbia" e, por isso, está pronta para agir assim que obtiver o mandado, declarou o secretário-geral da Aliança Atlântica, Anders Fogh Rasmussen, durante uma reunião de ministros da Defesa dos 28 países aliados.
Os participantes fizeram um balanço das diferentes operações possíveis, passando em revista as opções e recursos à disposição e tarefas a privilegiar, tais como imposição do embargo de armamentos decretado pela ONU, assistência humanitária e evacuação.
Eles tomaram duas decisões concretas: reforçar a presença marítima da Otan nas regiões próximas à Líbia e avaliar a ajuda humanitária que a ONU possa fornecer.
A Otan, lembrou ainda o secretário-geral, já ampliou a vigilância aérea do setor central do Mediterrâneo, próximo à Líbia, elevando para 24 horas, em vez de 10, o tempo de patrulha de seus aviões-radar Awacs posicionados desde o fim de 2009 na região para prevenção do terrorismo.
No entanto, três condições, relembrou Rasmussen, devem imperativamente ser preenchidas antes que a Otan entre em cena.
"Se a necessidade for demonstrada, se o mandado jurídico for claro e o apoio regional forte, estaremos prontos para levar nossa ajuda", informou.
Contudo, o Conselho de Segurança da ONU ainda não tocou na questão da zona de exclusão aérea acima da Líbia proposta pela França e Reino Unido. A Liga Árabe só deve se reunir no sábado para discutir sobre a Líbia.
Já os ministros das Relações Exteriores da UE apresentaram suas opiniões durante um almoço de trabalho. O encontro foi de preparação para a cúpula especial sobre a Líbia que deve reunir na sexta-feira os 27 chefes de Estado e de governo.
A França adotou sem esperar uma posição incisiva em todos os campos, tentando incentivar o resto da UE a seguir seu exemplo.
Paris reconheceu na manhã desta quinta-feira o Conselho Nacional de Transição (CNT), que reúne a oposição líbia, como sendo "representante legítimo" do povo líbio, para a surpresa de muitos de seus partidários europeus.
Além disso, segundo uma fonte próxima ao caso, o presidente francês Nicolas Sarkozy teria a intenção de propor aos colegas ataques aéreos.
Os dois anúncios causaram polêmica e divisão. "A Itália não participará de ataques contra a Líbia", advertiu logo o chefe da diplomacia italiana Franco Frattini.
Os ocidentais se mostraram ainda muito reservados sobre a questão da zona de exclusão aérea. A Alemanha se disse cética e a Itália condicionou seu apoio a uma resolução das Nações Unidas e ao "sinal verde da Liga Árabe".
Impedir a aviação de Trípoli de voar é uma operação militar que exigirá, de acordo com alguns, o bombardeio preventivo de baterias de mísseis ar-terra líbios.
Sobre o futuro do regime líbio, a unanimidade é facilmente encontrada, pelo menos verbalmente.
O chefe da diplomacia portuguesa, Luis Amado, foi muito explícito quanto a isso. "Do ponto de vista da comunidade internacional, o regime de Kadafi acabou", assim como sua "legitimidade", disse.
Mas, apesar de "todos os ministros estarem de acordo, ninguém sabe traduzir esta intenção em ação", reconheceu o colega italiano Franco Frattini.