O Rio Mossoró é o maior recurso fluvial totalmente norte-rio-grandense, com cerca de 210 quilômetros de extensão. Ele nasce na Serra de Luiz Gomes e passa pelas cidades de Pau dos Ferros, Apodi, Felipe Guerra, Governador Dix-sept Rosado e Mossoró, e se caracteriza como o principal rio desses municípios.
Em Mossoró, o recurso natural, que corta a cidade de uma ponta a outra, poderia ser uma excelente fonte de emprego e renda, com o turismo ou pescaria.
Mas os altos índices de poluição impedem que todas as potencialidades do afluente sejam exploradas em sua plenitude.
Para se ter uma ideia do problema ambiental, a área urbana de Mossoró concentra o segundo maior índice de poluição do rio.
O dado é resultado de estudos realizados pelo projeto " Rio Mossoró: Integridade a Serviço de Todos", desenvolvido pela Fundação Guimarães Duque, da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), e pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern).
De fato, as pesquisas atestam uma realidade que os mossoroenses conhecem de perto e que vem prejudicando direta e indiretamente a qualidade de vida da população. Um bom exemplo é a fedentina em diferentes pontos do rio Mossoró.
O problema, fruto da grande poluição, é um denunciante de que o rio pede socorro, ao mesmo tempo um fator prejudicial aos moradores de comunidades ribeirinhas.
No trecho próximo à rua Haroldo Gurgel, no bairro Pereiros, o cenário do rio Mossoró mais parece um esgoto a céu aberto. O lixo e mau cheiro nas águas fazem parte do cotidiano dos moradores da região. "É insuportável o cheiro vindo do rio.
A gente vive aqui porque é o jeito", reclama um morador que preferiu não se identificar.
Em outro ponto da cidade, nas proximidades da ponte da Leste-Oeste, Centro, o mau cheiro também acusa a sujeira das águas do rio. Entre os motoristas que trafegam diariamente na região, o odor vindo é uma reclamação comum e rotineira. Do mesmo modo, no trecho da avenida Presidente Dutra, no bairro Alto de São Manoel, o mau cheiro também afeta e incomoda as pessoas que circulam pelo local.
Desde 1993, a classe política vem discutindo medidas, projetos e estudos para revigorar o rio Apodi-Mossoró. Porém, até o momento, nada de concreto foi feito para revitalizar o recurso natural. Conforme a coordenadora do projeto citado, Suely Leal de Castro, no ano passado foi detectado uma grande degradação e poluição no rio e a probabilidade é que neste ano a situação tenha piorado. "E se nada for feito para mudar a situação do rio, a tendência é que o problema se agrave dia após dia", destaca.
TEXTO: ADRIANA MORAES - REPÓRTER [ JORNAL O MOSSOROENSE ] REPORTAGEM COLUNA O COTIDIANO MARÇO DE 2002
Mata Ciliar é a cobertura vegetal nativa,
que fica às margens de rios, igarapés, lagos, nascentes e represas. São
importantes para a proteção de rios e lagos tal como são os cílios para nossos
olhos. As matas ciliares também são conhecidas como mata de galeria, vegetação
ribeirinha ou vegetação ripária.
As Matas ciliares são fundamentais para o
equilíbrio ecológico, oferecendo proteção para as águas e o solo, reduzindo o
assoreamento e a força da água que chegam a rios, lagos e represas, mantendo a
qualidade da água e impedindo a entrada de poluentes para o meio aquático.
Formam, além disso, corredores que contribuem para a conservação da
biodiversidade; fornecem alimento e abrigo para a fauna; constituem barreiras
naturais contra a disseminação de pragas e doenças da agricultura; e, durante
seu crescimento, absorvem e fixa dióxido de carbono, um dos principais gases
responsáveis pelas mudanças climáticas que afetam o planeta.
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