O ego de Hugo Chávez não para de crescer. É difícil encontrar na política alguém com ego maior do que o dele. E olha que os políticos têm egos inflados por natureza. À medida que o ego de Chávez cresce, o seu governo vai se desmanchando, como um bolo disforme e indigesto, com renúncia de vice-presidente, ministros e assessores, num efeito dominó que não cessa. O “grande revolucionário” venezuelano Chávez, que apostou todas as suas fichas no preço internacional do petróleo, quando estava alto, não se preparou para governar o país quando o preço abaixasse.
Com a cotação lá embaixo, Chávez governa a Venezuela com mãos de ferro, sem o mínimo tato, vê a inflação e o desemprego disparando e não faz nada além de fechar lojas e empresas estrangeiras, além de suspender canais de televisão que não transmitem os seus discursos.
Após ter mudado a Constituição para se manter no poder até que a morte o separe dele, Chávez cada vez mais se isola, permanecendo na corda bamba de um populismo sem metas, distribuindo bolsas e mais bolsas, que não contemplam a melhoria de infraestrutura na educação, na saúde e na geração de empregos e de energia.
Com isso, apagão é uma palavra que passou a fazer parte do cotidiano dos venezuelanos e a escuridão entra em cena nas mais diversas circunstâncias: numa cerimônia de casamento, em um jogo de beisebol, futebol ou basquete ou mesmo na exibição de um filme com plateia lotando a sala e tendo que ir embora porque apagou tudo.
Chávez, mesmo que os seus aliados digam o contrário, é o revolucionário de si mesmo, se não fosse assim, não perderia em tão pouco tempo a base do seu governo, que está indo embora para casa com as mais variadas desculpas para escapar da ira do caudilho, que se considera o grande líder da América, que um dia declarará guerra à Colômbia e, quem sabe, mais tarde, aos Estados Unidos.
Chávez é a reencarnação de Fidel Castro, mesmo Fidel ainda estando vivo, e de todos os outros ditadores da América, que viveram no século XX e nos anteriores. O seu discurso já azedou faz tempo e sua popularidade diminui quanto mais falta alimento nos supermercados e dinheiro no bolso dos venezuelanos.
Até quando o seu governo durará, esse é um enigma que só será decifrado com o tempo. A tendência é que Chávez endureça mais e mais o seu regime até um limite insuportável. Aí, quando os protestos aumentarem nas ruas, provavelmente partirá para uma repressão com muitas mortes e falará cada vez mais sozinho que ele é o maior líder do planeta e que o mundo um dia irá se render ao seu comando.
Pobre Venezuela, que se tornou um país sem voz e sem liberdade. Só há a voz de Chávez gritando por todos os cantos e a sua imagem reproduzida em outdoors, como se ele fosse o salvador da pátria. A história se repete, com novos tiranos, novos endereços e os discursos de sempre, que assassinam as palavras e ameaçam vidas.
ARTIGO: (O autor é cronista, poeta, autor teatral e professor de redação. jaimeleitao@linkway.com.br)
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