O município de Serra do Mel nasceu de um projeto de colonização  idealizado em 1970 pelo então governador do Estado do Rio Grande do  Norte, José Cortês Pereira de Araújo, implantado em 1972, ainda em seu  governo, mas somente concluído no ano de 1982 com a ocupação de quase  todas as suas vilas rurais. O projeto de colonização que deu origem ao município foi executado  conforme o modelo dos  MOSHAV  [ISRAEL] e tinha por finalidades:
 
- constituir um projeto de Reforma agrária, através da doação de lotes em  condições favoráveis aos pequenos agricultores;
 - absorver parte do contingente do parque salineiro que fora  desempregado pela mecanização das salinas nas áreas próximas.
 
 
Sua colonização teve início a partir de sua criação, com o  assentamento das primeiras vilas: Paraná, São Paulo, Guanabara, Santa  Catarina e Rio Grande do Sul. Sendo, no total, estruturado para atender  1.196 famílias.
 
O deslocamento dessas famílias ocorreu gradativamente, e em 1982, ano  de conclusão do projeto, já contava com 19 vilas colonizadas,  totalizando 1.003 famílias residentes.
 
Em 1984 se deu a colonização de todas as vilas que compunham projeto,  e os primeiros resultados começaram a surgir da produção agrícola. Em  pouco tempo Serra do Mel passou a ser um grande celeiro produtivo do Rio  Grande do Norte, principalmente através do projeto estimulador da  prática do cooperativismo aliado à cultura do cajueiro e  à grande exportação de castanha caju.
 
Assim, no dia 13 de maio de 1988, de acordo com a Lei nº 803, Serra  do Mel conseguiu sua autonomia política, tendo suas terras desmembradas  de Assu, Areia Branca, Carnaubais e Mossoró, tornando-se um novo  município do Rio Grande do Norte, o único a ter sua origem a partir de  uma área de assentamento de trabalhadores sem terra no Estado.
O município de Serra do Mel está dividido em vilas comunitárias de  produção, sendo 23 núcleos habitacionais (22 vilas rurais e 1 vila  central) que receberam, cada uma, o nome de um Estado Brasileiro.  Situado numa região ímpar em nível geográfico e clima, o município  prosperou rapidamente e em pouco tempo viu crescer o seu núcleo  populacional.
 
São 1.196 lotes agrícolas no espaço original do projeto de  colonização. Cada um dos lotes com 50 hectares, sendo 1.174 com 250  metros de largura por 2.000 metros de comprimento e apenas 22 (aqueles  que estão situados ao lado na área habitacional de cada vila), com a  mesma área, mas com 500 metros de largura por 1.000 metros de  comprimento. Os lotes agrícolas de Serra do Mel, quase todos com 50  hectares, foram projetados para dispor de:
 
- 15 ha para a cultura do caju (permanente);
 - 10 ha para as culturas temporárias;
 - 25 ha em mata nativa para reserva florestal.
 
 Cada um dos lotes agrícolas originais de 50 hectares (ou com pequenas  variações de área) foi recebido pelo colono com 15 hectares plantados  de cajueiros, em espaçamento de 10m x 10m, no sistema quincôncio,  perfazendo 1.725 pés em cada lote, distribuídos em 69 fileiras  (carreirões) com 25 plantas em cada. Originalmente, portanto, o projeto  dispunha de 2.063.100 cajueiros, plantados em 17.940 hectares.
  
Para as culturas anuais foram reservados originalmente 11.960  hectares, sendo 10 hectares em cada lote.
 
A área legalmente considerada urbana compreende as vilas Brasília,  Rio Grande do Norte, Pernambuco, Sergipe e Goiás, abrangendo cerca de  30 km², para uma população de aproximadamente 2 mil habitantes,  espalhados em núcleos que distam até 10 km, como as vilas Pernambuco e  Goiás, ou 5 km, que é a distância das vilas centrais (Brasília e Rio  Grande do Norte) para qualquer uma das outras vilas que compõem a área  urbana do município.
 
Cada vila conta com serviços básicos de Saúde, Educação Abastecimento  d’água, energia e Armazenamento.