quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O RACIONAL MUNDO VEGETAL





As árvores crescem sós. E a sós florescem.

Começam por ser nada. Pouco a pouco
se levantam do chão, se alteiam palmo a palmo.

Crescendo deitam ramos, e os ramos outros ramos,
e deles nascem folhas, e as folhas multiplicam-se.

Depois, por entre as folhas, vão-se esboçando as flores,
e então crescem as flores, e as flores produzem frutos,
e os frutos dão sementes,
e as sementes preparam novas árvores.

E tudo sempre a sós, a sós consigo mesmas.
Sem verem, sem ouvirem, sem falarem.
Sós.
De dia e de noite.
Sempre sós.

Os animais são outra coisa.
Contactam-se, penetram-se, trespassam-se,
fazem amor e ódio, e vão à vida
como se nada fosse.

As árvores não.
Solitárias, as árvores,
exauram terra e sol silenciosamente.
Não pensam, não suspiram, não se queixam.

Estendem os braços como se implorassem;
com o vento soltam ais como se suspirassem;
e gemem, mas a queixa não é sua.

Sós, sempre sós.
Nas planícies, nos montes, nas florestas,
a crescer e a florir sem consciência.

Virtude vegetal viver a sós
e entretanto dar flores.


António Gedeão

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A FANTÁSTICA MÁQUINA QUE TRANSFORMA ÓLEO DE FRITURA EM SABÃO


Aparelho caseiro portátil permite reciclar óleo vegetal saturado, transformando óleo usado em sabão


Assim como existem máquinas para fazer pão e sorvete em casa, em breve deve começar a ser vendido no Brasil um aparelho doméstico para produzir sabão a partir de óleo de cozinha usado, que, jogado fora, contaminaria o meio ambiente. 


O aparelhinho, que mais se parece com uma cafeteira, foi criado pela Reciprátik, de Juiz de Fora (MG). O reciclador é capaz de transformar meio litro de óleo usado em 650 gramas de sabão biodegradável em até 10 minutos, apenas adicionando água e soda cáustica. 


A empresa Bertussi Designdustrial, com sede na cidade de Caxias do Sul, foi a responsável por tirar do papel a idéia da Reciprátik. Observando detalhes como praticidade, por exemplo, o núcleo de carenagem de máquinas do escritório foi quem deu forma ao aparelho. O escritório caxiense, que também tem unidade no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do Parque Científico e Tecnológico PUC-RS, em Porto Alegre, está desenvolvendo também o protótipo do reciclador de óleo industrial, para utilização em restaurantes, pastelarias e demais estabelecimentos que utilizam o óleo de cozinha. Esse modelo, além de sabão em barra, também poderá produzir sabão líquido.


A saber: o produto desenhado pela Bertussi também conquistou o prêmio IDEA Brasil 2010, na categoria Ecodesign. 


CONTRATO:
Avenida Doutor Paulo Japiassu Coelho, 565 , Cascatinha,
Juiz de Fora - MG
CEP: 36033-310 E-mail: recipratik@recipratik.com.br
Telefone: (32) 3236-1025
Telefone: (32) 8832-5247
Site: http://www.hojeemdia.com.br/colunas-artigos-e-blogs/diarios/negocios-s-a-1.11090/produto-mineiro-inedito-recicla-oleo-na-cozinha-1.110799

sábado, 10 de setembro de 2011

A SALGADA SAUDADE DE MINHA CIDADE


Todos os dias sinto falta da minha casa, da minha rua, do meu povo e sobretudo da minha cidade. Não consigo tirar a minha terra da cabeça nem por um segundo.

Quando acordo, lembro do Moinho de Sal. Quando vou dormir, lembro da entrada de Macau.

Quando estou triste, lembro da Coluna na Praça da Conceição e as lembranças de minha infância me enchem de felicidade. 

Quando estou cansado, lembro da Ponte da Ilha e é como se minhas energias voltassem do nada.

Quando estou nervoso, lembro da Praia de Camapum e parece que sinto aquela brisa salgada me tranquilizando.

Quando me sinto solitário, lembro do Rio Piranhas-Açu abraçando o Oceano Atlântico e é como se aquele abraço acolhedor fosse em minha alma. 

E mesmo depois de um dia exaustivo, quando me encontro sem inspiração alguma para criar, lembro imediatamente de Barreiras, Diogo Lopes, Alcanorte, Cohab, Maxixe, Soledade, Salinopólis, Tambaú, Quixaba, Canto do Papagaio, Moinho do Juá, Sertãozinho, Ilha de Santana, Alagamar, Porto da Pescaria, Bairro dos Navegantes, Porto de São Pedro, Valadão, Centro e de cada canto daquela terra; principalmente do Beco das Almas e da casa de esquina na Rua São José, 368. E então é como se minha mente atingisse o nirvana criativo. O mundo ganha novas cores. O coração bate mais forte. E um enorme sorriso surge magicamente em meu rosto.

Não, esquecer Macau não é difícil para mim. É apenas impossível. Esquecer de onde venho seria como esquecer de mim mesmo. Pois tudo o que fui, o que sou e o que um dia serei eu aprendi, descobri e vivi em Macau. 

E no finalzinho deste 09 de setembro, quero parabenizar Macau não apenas pela comemoração de sua emancipação política, nem pelas suas belezas naturais, ou mesmo pelo seu povo guerreiro, trabalhador, festeiro e acolhedor. Parabenizo Macau simplesmente por existir todos os dias do jeito que ela é; e por sempre ter me permitido existir exatamente como eu sou.

Parabéns, Macau! E muito Obrigado por tudo!
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