Todos os dias sinto falta da minha casa, da minha rua, do meu povo e sobretudo da minha cidade. Não consigo tirar a minha terra da cabeça nem por um segundo.
Quando acordo, lembro do Moinho de Sal. Quando vou dormir, lembro da entrada de Macau.
Quando estou triste, lembro da Coluna na Praça da Conceição e as lembranças de minha infância me enchem de felicidade.
Quando estou cansado, lembro da Ponte da Ilha e é como se minhas energias voltassem do nada.
Quando estou nervoso, lembro da Praia de Camapum e parece que sinto aquela brisa salgada me tranquilizando.
Quando me sinto solitário, lembro do Rio Piranhas-Açu abraçando o Oceano Atlântico e é como se aquele abraço acolhedor fosse em minha alma.
E mesmo depois de um dia exaustivo, quando me encontro sem inspiração alguma para criar, lembro imediatamente de Barreiras, Diogo Lopes, Alcanorte, Cohab, Maxixe, Soledade, Salinopólis, Tambaú, Quixaba, Canto do Papagaio, Moinho do Juá, Sertãozinho, Ilha de Santana, Alagamar, Porto da Pescaria, Bairro dos Navegantes, Porto de São Pedro, Valadão, Centro e de cada canto daquela terra; principalmente do Beco das Almas e da casa de esquina na Rua São José, 368. E então é como se minha mente atingisse o nirvana criativo. O mundo ganha novas cores. O coração bate mais forte. E um enorme sorriso surge magicamente em meu rosto.
Não, esquecer Macau não é difícil para mim. É apenas impossível. Esquecer de onde venho seria como esquecer de mim mesmo. Pois tudo o que fui, o que sou e o que um dia serei eu aprendi, descobri e vivi em Macau.
E no finalzinho deste 09 de setembro, quero parabenizar Macau não apenas pela comemoração de sua emancipação política, nem pelas suas belezas naturais, ou mesmo pelo seu povo guerreiro, trabalhador, festeiro e acolhedor. Parabenizo Macau simplesmente por existir todos os dias do jeito que ela é; e por sempre ter me permitido existir exatamente como eu sou.
Parabéns, Macau! E muito Obrigado por tudo!
De: Madson Bruno