sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O VERDADEIRO SENTIDO DO NATAL


Eu sempre me perguntei, quem é este famoso espírito natalino que sempre enche as lojas, os shoppings, os magazines  ?  Como pode alguém se aventurar em mergulhar num mar de gente, por exemplo, os grande centros de uma cidade como São Paulo, na Rua 25 de março, nas ultimas horas antes da ceia natalina ?

Realmente ele é muito bondoso, pois sempre dá presente para todos e principalmente para nós mesmos. É ou não é verdade que motivado pelo espírito natalino queremos ficar mais bonitos, mais bem vestidos, mais cheirosos, pois queremos comer bem e melhor e tantas outras coisas.

Voltemos ao presépio de Belém. Ali, muito mais que falta das coisas materiais, o verdadeiro espírito natalino se fez pobre, para que os pobres pudessem ser ricos. Não neste mundo, mas herdeiros do verdadeiro tesouro que não passa: o Reino dos céus.

Com isto eu não estou dizendo que não podemos nos presentear com um natal cheio de coisas belas, mas convidando a conhecer mais profundamente quem é este espírito natalino.

A primeira coisa que posso dizer, que este espírito natalino não está nas lojas, não está festas, não está na ceia, não esta na roupa nova, ou no sapato novo. Então onde está este espírito natalino, para que o possamos conhecer ?

Com certeza ele está no coração de cada um que reconhece que o natal só terá sentido se for cheio de, primeiramente gratidão por um Deus que, amando tanto a pessoa humana, se fez pessoa. A gratidão nos leva a um segundo sentimento, a partilha.


 A partilha não é apenas uma troca de presentes feita no popular “amigo secreto”.  Mas é um saber presentear. Não com aquilo que o outro quer, mas com aquilo que o outro precisa.

Por exemplo, tem tantas pessoas ao nosso lado, às vezes na nossa própria casa, que muito mais que um par de sapatos novos, precisaria de um abraço de reconciliação. Do sentimento que nos leva à partilha, nasce uma postura, aquela da comunhão.

Muitas vezes, no natal temos mais comunhão com as pessoas que estão conosco nas filas gigantescas das grande lojas, do que com Aquele que realmente nos chama à verdadeira comunhão, que nada mais é que um pertencer a um Outro, e isto experimentamos maravilhosamente na missa de natal.

 Esta comunhão com Deus,  nos convida a uma comunhão com os irmãos. Que sentido tem dar um monte de presente frios para todos, se não sou capaz de dar o calor do meu coração aos irmãos ?

Com algumas destas pistas podemos buscar conhecer o verdadeiro espírito do natal, que vai muito além do chamado consumismo natalino.

Padre Anderson Marçal

sábado, 17 de dezembro de 2011

O BRASIL E A CRISE FINANCEIRA MUNDIAL


As conseqüências da crise sobre a economia brasileira serão trágicas, pois os capitalistas internacionais procurarão jogar todo o peso de seus custos sobre a população brasileira. Assim poderemos ter como principais conseqüências da crise global na economia brasileira os seguintes aspectos:

1) queda da produção industrial, agrícola e do crescimento econômico geral, medido pelo PIB;

2) queda das exportações. Como dependemos de exportações primárias de matérias-primas agrícolas ou minerais, e os seus preços no mercado internacional foram rebaixados, prevê-se um déficit na balança comercial. Ou seja, vamos gastar mais na compra, na importação, do que receberemos nas vendas, nas exportações (dos 20 principais produtos exportados, 18 são matérias primas);

3) queda na taxa de investimento das empresas e do governo. Como a economia esta muito concentrada em 500 empresas e no Estado, essas empresas vão priorizar o envio dos recursos pro exterior ou pagar suas dívidas.

4) diminuição das remessas de dólares e euros que os trabalhadores brasileiros no exterior faziam para suas famílias no Brasil. Esse valor chegou atingir a 4 bilhões de dólares por ano. E agora certamente deverá diminuir muito. E muitos trabalhadores migrantes do Japão, da Europa e dos Estados Unidos já começaram a retornar afetados pela crise naqueles países.

5) Outro elemento muito negativo da conjuntura de crise econômica será o aumento das tarifas de serviços que antes eram públicos e agora são privados, como energia, transporte, água, etc. Isso porque muitos serviços públicos para a população agora estão nas mãos de empresas privadas e estrangeiras e certamente essas empresas vão pressionar para aumentar as tarifas de energia elétrica, água, telefone, transporte público, para recompor sua taxa de lucro.

6) é preciso  compreender a dimensão e  a natureza dessa crise e seus possíveis desdobramentos, as consequências para a classe trabalhadora poderão  ser dramáticas com desdobramentos em seus empregos, com perspectivas negativas de melhorias na qualidade de vida.
Paulo Henrique Costa Mattos é professor de Sociologia da UNIRG e presidente do PSol-TO
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