sábado, 17 de dezembro de 2011

O BRASIL E A CRISE FINANCEIRA MUNDIAL


As conseqüências da crise sobre a economia brasileira serão trágicas, pois os capitalistas internacionais procurarão jogar todo o peso de seus custos sobre a população brasileira. Assim poderemos ter como principais conseqüências da crise global na economia brasileira os seguintes aspectos:

1) queda da produção industrial, agrícola e do crescimento econômico geral, medido pelo PIB;

2) queda das exportações. Como dependemos de exportações primárias de matérias-primas agrícolas ou minerais, e os seus preços no mercado internacional foram rebaixados, prevê-se um déficit na balança comercial. Ou seja, vamos gastar mais na compra, na importação, do que receberemos nas vendas, nas exportações (dos 20 principais produtos exportados, 18 são matérias primas);

3) queda na taxa de investimento das empresas e do governo. Como a economia esta muito concentrada em 500 empresas e no Estado, essas empresas vão priorizar o envio dos recursos pro exterior ou pagar suas dívidas.

4) diminuição das remessas de dólares e euros que os trabalhadores brasileiros no exterior faziam para suas famílias no Brasil. Esse valor chegou atingir a 4 bilhões de dólares por ano. E agora certamente deverá diminuir muito. E muitos trabalhadores migrantes do Japão, da Europa e dos Estados Unidos já começaram a retornar afetados pela crise naqueles países.

5) Outro elemento muito negativo da conjuntura de crise econômica será o aumento das tarifas de serviços que antes eram públicos e agora são privados, como energia, transporte, água, etc. Isso porque muitos serviços públicos para a população agora estão nas mãos de empresas privadas e estrangeiras e certamente essas empresas vão pressionar para aumentar as tarifas de energia elétrica, água, telefone, transporte público, para recompor sua taxa de lucro.

6) é preciso  compreender a dimensão e  a natureza dessa crise e seus possíveis desdobramentos, as consequências para a classe trabalhadora poderão  ser dramáticas com desdobramentos em seus empregos, com perspectivas negativas de melhorias na qualidade de vida.
Paulo Henrique Costa Mattos é professor de Sociologia da UNIRG e presidente do PSol-TO
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