Com essas palavras, o embalador Adenilson Ferreira da Silva, de 34 anos de idade, mais conhecido como "Dito", definiu o momento inusitado pelo qual está passando. Ele está preso há 29 dias acusado de um roubo praticado por um homem com o mesmo nome dele no estado de Minas Gerais (MG). Dito está detido há quase um mês em uma cela da 1° Delegacia de Polícia (1° DP/Alto São Manoel) em Mossoró à espera de um alvará de soltura da Justiça Mineira.
Segundo informações do advogado Willione Pinheiro, que representa a defesa de Dito, no ano de 2002 seu cliente perdeu o CPF em Mossoró e, mesmo tendo feito o Boletim de Ocorrência (BO), não ligou, tendo extraviado a comprovação do BO. Nessa mesma época, precisamente no dia 10 de novembro de 2002, um homem com o mesmo nome de Dito foi acusado de roubo na cidade de Nanuque, em Minas Gerais.
Durante esse período, segundo o advogado, o processo transcorreu na cidade mineira e a Justiça ao procurar pelo acusado do roubo, que não foi localizado e ao ser feito uma pesquisa no sistema nacional de pessoas encontraram o embalador Adenilson Ferreira da Silva - homônimo do autor do roubo - que foi localizado em Mossoró. Com isso, foi expedido um pedido de prisão preventiva contra ele.
De posse de um mandado de prisão da comarca de Nanuque, no último dia 04, policiais da 1ª DP, prenderam Dito que se encontra recolhido há 29 dias em uma cela da unidade prisional. Em entrevista exclusiva concedida ao CORREIO DA TARDE, na manhã de hoje (17), Dito apresentou sua defesa. "Essa prisão é uma injustiça, na época do furto em Minas Gerais, eu estava trabalhando na empresa Indufal, inclusive lá tem todos os pontos assinados por mim no livro de empregados", afirmou ele. "Nunca fui a Minas Gerais. Não sei nem onde fica. Estou sofrendo por conta de um grande engano que me levou à prisão", continuou Dito que revelou estar sendo bem tratado pelos policiais.
Atualmente, Adenilson é funcionário do Supermercado Cidade, onde trabalha como embalador de compras, e por estar preso pode correr sérios riscos de perder o emprego. "Sou um homem de bem, honesto e trabalhador. Nunca tive passagem pela polícia. Só quero sair daqui para poder retornar para o convívio da minha família e voltar para o meu trabalho", desabafou Dito que é casado e tem uma filha de 14 anos e um filho de nove.
O advogado Willione Pinheiro já entrou com um pedido de relaxamento da prisão, porém, como é via Justiça Mineira, deverá demorar alguns dias para sair à sentença. Dito informou que a inocência dele já foi provada com base na comparação de dados entre ele e o real autor do crime. A comparação se deu com base em fotos e assinaturas que foram trocadas entre as Justiça Potiguar e Mineira, o que deve contribuir para a expedição do alvará de soltura do embalador. A expectativa é para que posteriormente a defesa entre com um pedido de indenização contra o Estado "por conta de um inocente estar pagando pelo o que não fez". O caso de Dito está sendo acompanhado também pelo advogado Emmanuel Éwerton Dantas.
Em levantamento feito no site do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ/MG), constata-se um processo de crime contra o patrimônio (subtração imediata do patrimônio da vítima), tendo como acusado um homem identificado como Adenilson Ferreira da Silva, homônimo do embalador mossoroense. Ainda com base no site do TJ/MG, verifica-se que a expedição de carta precatória para a comarca de Mossoró se deu no último dia 10 de agosto e no dia 11 de novembro a revogação da prisão.
fonte:RÁDIO SATÉLITE FM 87,9
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