segunda-feira, 29 de junho de 2009

CAMINHONEIRO NO BRASIL PROFISSÃO PERIGO




Eles cruzam o Brasil todos os dias, levando aos grandes e pequenos centros carregamentos que giram a economia e fazem funcionar a sociedade. Se pararem, o País estaciona junto. Mas e a saúde do caminhoneiro, como anda? As autoridades estão notando que a classe tem apresentado problemas comuns, relacionados às horas maldormidas, má alimentação, sedentarismo e estresse. A preocupação, agora, é cuidar para que a qualidade de vida dessa categoria, muitas vezes sofrida, melhore gradativamente a fim de que haja mais dignidade no exercício da função e para que acidentes sejam evitados nas estradas brasileiras.
Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) dão conta que, de 25 mil caminhoneiros examinados durante os comandos de saúde preventivos nas estradas entre os anos de 2002 e 2006, 66% trabalham em excesso. Para se ter uma idéia, 30,5% deles responderam à polícia que passam de 12 a 14 horas seguidas ao volante, fator que leva ao consumo de medicamentos estimulantes e os conhecidos rebites, muito comuns entre a categoria e facilmente encontrados nos postos e lanchonetes de beira de estrada. Servem para manter a pessoa acordada, mas podem repentinamente perder o efeito e fazê-la desmaiar de repente, além de poder ocasionar paradas cardíacas e lesões cerebrais.
O estresse de horas atentos à rodovia e ainda o fator emocional, como dias ou até meses longe da família, além da pressão para a entrega da carga, levam o caminhoneiro a se refugiar de diversas formas. Uma delas é na bebida, fator decisivo para ocasionar acidentes: é assustador, mas 47% deles responderam que consomem álcool regularmente. Número que quase acompanha a percentagem que já se envolveu em acidentes alguma vez: 38,6%.
A comida, no caso dessa categoria, também pode ser vilã. 75% dos 25 mil caminhoneiros avaliados durante esses anos estão acima do peso normal, de acordo com o Índice de Massa Corpórea (IMC) calculado para cada um. O dado é conseqüência de alimentação pesada, rica em gorduras, acompanhada do sedentarismo. Conseqüentemente, muitos correm riso de desenvolver o diabetes (26% têm hiperglicemia) e colesterol alto ou no limite do aceitável não é novidade entre eles (21% estão acima do ideal). Além desses fatores, a hipertensão, muitas vezes sem o conhecimento do caminhoneiro, leva-o perto de um acidente vascular cerebral (AVC) sem que ao menos se dê conta do perigo: 34,6% deles têm pressão arterial alta e, conforme relatam os profissionais de saúde que os acompanham, eles não sabiam do fato ao fazer os exames.

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