Ex-presidente da República e atual senador pelo Amapá (onde raramente põe os pés, registre-se), Sarney representa o que mais de atrasado e deletério existe na política brasileira. Construiu sua carreira pública sempre aninhado ao lado das forças mais reacionárias da sociedade.
Começou embalado nos braços da extinta e golpista UDN (União Democrática Nacional), aconchegou-se no colo arbitrário da ARENA (Aliança Renovadora Nacional) – tentáculo civil da ditadura militar, a quem ingratamente abandonou quando os ventos mudaram de lado. Carreirista exemplar, foi bafejado com a sorte dos oportunistas e alçou-se à Presidência da República com a morte de Tancredo Neves, de quem era vice na chapa eleita pelo Colégio Eleitoral em 1985.
Os feitos mais relevantes do seu mandato foram afundar a economia numa inflação estratosférica (80% ao mês, quando deixou o poder) e popularizar o uso de jaquetões e tinturas capilares em tons cajus.
À sombra reconfortante e providencial da atividade política, o prócer maranhense construiu um sólido patrimônio pessoal, formado, entre outros bens, por inúmeras fazendas e uma poderosa rede de comunicação (jornais, emissoras de rádio e televisão), obtida por meio de concessões do governo, que garante a influência e a eternização do clã Sarney no cenário político maranhense.
Seria tedioso e tornaria o texto por demais extenso, listar aqui o crescimento da fortuna sarneyzista concomitantemente com sua ascensão aos cargos públicos. Mas cabe registrar a vaidade familiar que faz com que os principais logradouros e prédios públicos do Maranhão ostentem, se não o seu próprio, o nome de um dos seus familiares. Comovente, não?
Aliás, José Sarney é um homem muito apegado à família, um provedor atento às necessidades da sua prole. Esta preocupação explica o mais recente escândalo envolvendo seu nome, qual seja a nomeação, através de atos secretos, de familiares no quadro funcional do Senado.
O episódio revela com perfeição uma deformidade típica da elite nacional, que considera sua propriedade particular os bens e os recursos públicos. Particularmente, o fato de Sarney ser um homem de posses, em princípio sem necessidade de recorrer a estas artimanhas para empregar parentes, desvenda um pouco da massa de péssima qualidade que moldou o caráter do homem que, quando presidente da República, dizia “prezar a liturgia do cargo”.
Vê-se agora que o senador professa um ritual todo próprio, essencialmente egoísta, que poderia ser traduzido na assertiva popular: “Mateus, primeiro os teus” ou, mais ao gosto nordestino, “Farinha pouca, meu pirão primeiro”.
As manifestações de repúdio, revolta e nojo cívico contra mais este uso cínico e ilegal da máquina pública é um sinal alvissareiro de que talvez, enfim, a sociedade esteja de fato mudando e não mais aceite silenciosamente a presença e a ação desta gente nefasta que dilapida os recursos do presente e destrói as esperanças de um futuro melhor, mais justo e solidário, para todos nós.
O Brasil, para crescer e conquistar o amanhã que o povo merece, precisa se livrar desta estirpe política sanguessuga. Assim sendo, exigir FORA SARNEY é mais do que é mais do que um brado eventual de indignação. É a exigência inadiável de um povo que exige respeito e seriedade da sua classe política. Sarney é o primeiro. Outros virão.
Começou embalado nos braços da extinta e golpista UDN (União Democrática Nacional), aconchegou-se no colo arbitrário da ARENA (Aliança Renovadora Nacional) – tentáculo civil da ditadura militar, a quem ingratamente abandonou quando os ventos mudaram de lado. Carreirista exemplar, foi bafejado com a sorte dos oportunistas e alçou-se à Presidência da República com a morte de Tancredo Neves, de quem era vice na chapa eleita pelo Colégio Eleitoral em 1985.
Os feitos mais relevantes do seu mandato foram afundar a economia numa inflação estratosférica (80% ao mês, quando deixou o poder) e popularizar o uso de jaquetões e tinturas capilares em tons cajus.
À sombra reconfortante e providencial da atividade política, o prócer maranhense construiu um sólido patrimônio pessoal, formado, entre outros bens, por inúmeras fazendas e uma poderosa rede de comunicação (jornais, emissoras de rádio e televisão), obtida por meio de concessões do governo, que garante a influência e a eternização do clã Sarney no cenário político maranhense.
Seria tedioso e tornaria o texto por demais extenso, listar aqui o crescimento da fortuna sarneyzista concomitantemente com sua ascensão aos cargos públicos. Mas cabe registrar a vaidade familiar que faz com que os principais logradouros e prédios públicos do Maranhão ostentem, se não o seu próprio, o nome de um dos seus familiares. Comovente, não?
Aliás, José Sarney é um homem muito apegado à família, um provedor atento às necessidades da sua prole. Esta preocupação explica o mais recente escândalo envolvendo seu nome, qual seja a nomeação, através de atos secretos, de familiares no quadro funcional do Senado.
O episódio revela com perfeição uma deformidade típica da elite nacional, que considera sua propriedade particular os bens e os recursos públicos. Particularmente, o fato de Sarney ser um homem de posses, em princípio sem necessidade de recorrer a estas artimanhas para empregar parentes, desvenda um pouco da massa de péssima qualidade que moldou o caráter do homem que, quando presidente da República, dizia “prezar a liturgia do cargo”.
Vê-se agora que o senador professa um ritual todo próprio, essencialmente egoísta, que poderia ser traduzido na assertiva popular: “Mateus, primeiro os teus” ou, mais ao gosto nordestino, “Farinha pouca, meu pirão primeiro”.
As manifestações de repúdio, revolta e nojo cívico contra mais este uso cínico e ilegal da máquina pública é um sinal alvissareiro de que talvez, enfim, a sociedade esteja de fato mudando e não mais aceite silenciosamente a presença e a ação desta gente nefasta que dilapida os recursos do presente e destrói as esperanças de um futuro melhor, mais justo e solidário, para todos nós.
O Brasil, para crescer e conquistar o amanhã que o povo merece, precisa se livrar desta estirpe política sanguessuga. Assim sendo, exigir FORA SARNEY é mais do que é mais do que um brado eventual de indignação. É a exigência inadiável de um povo que exige respeito e seriedade da sua classe política. Sarney é o primeiro. Outros virão.
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