Em visita ao Shopping fiz
esse texto reflexivo, nesse ambiente físico de consumo podemos fazer uma viagem
analógica no tempo e na evolução dos pensamentos que construíram os conceitos de
estado, governo e mercado.
Na atmosfera de um Shopping fica
fácil entender como deveria ser um modelo de estado moderno com governo
eficiente e bons mercados, que pudesse fornece há todos os indivíduos as mesmas
oportunidades, seja do conhecimento na leitura de um livro, no recebimento de
benefícios de programas sociais, passando pelo acesso a saúde na compra de
medicamento.
Imagine o Estado de
bem-estar social e desenvolvimentista presente no shopping seja pela satisfação
de consumidores ou daqueles que possuem emprego, em uma dinâmica que além de
produzir renda ainda gera muitos impostos e tributos.
Às vezes nos indagamos
porque temos no Shopping boa segurança e iluminação, estacionamento amplo, com
climatização agradável, ambiente limpo com belo paisagismo, pessoas simpáticas,
gentis e sorridentes, diferentemente de alguns governos que são marcados pelo
fracasso de políticas públicas muitas vezes com atividades parecidas na administração,
planejamento e construção de um shopping.
Shopping é um excelente
indicador de sucesso da política econômica, mercado aquecido pelo consumo demonstra
uma economia forte que gera mais empregos e renda, favorecendo crescimento da
industria e de outros mercados, construindo um cenário ideal para surgimento e
expansão de novos investimentos.
Mesmo sabendo que a extensão
dos poderes do estado sobre a sociedade é um tema que produzem várias
controvérsias sem a certeza de consenso ou posição dominante, imaginei esses
atores políticos ainda vivos fazendo uma visita no shopping.
Na fila do sorteio de
prêmios e brindes, estaria Barão de Montesquieu e Jean- Jaques Rousseau. Certos
da lisura das leis, do seu cumprimento e de sua regulamentação, nesse momento a
urna seria para revela sorte e não um escrutínio de uma vontade política.
Na fila da sessão de cinema
do mais recente episódio de tropa de elite, os pensadores do liberalismo
curiosos em saber das relações entre o estado e das garantias individuais daqueles
que vivem na periferia, e sentem um estado ausente e um poder paralelo de
organizações criminosas.
Sentado na praça de
alimentação Karl Marx observa um olhar de fetiche de uma jovem por um novo
modelo de celular sem presença de operadora estatal, se admira como
privatização trouxe tanta concorrência para os mercados, depois se mostrou
aparentemente chateado por não ver nenhuma manifestação classista.
Ao final percebemos que o
sucesso dos shoppings se deve a essa necessidade de consumo e a globalização de
mercados, com implantação de novas tecnologias, crescimento industrial, força
de moeda forte e políticas econômicas com regras bem definidas.
Apesar de o Shopping
ser um espaço criticado pelo consumismo, modismos e outros materialismos,
acredito que podemos ter nele algo mais humano quando um país tem crescimento e
desenvolvimento social, mesmo com passar dos séculos talvez nunca cheguemos ao
verdadeiro mundo dos sonhos, não tanto pelo aparecimento de novas doutrinas
antropológicas, sociais, políticas e econômicas; mais pela diversidade
intelectual e natureza egoísta intrínseca do ser humano.
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