segunda-feira, 17 de junho de 2013

SHOPPING O MUNDO DOS SONHOS



Em visita ao Shopping fiz esse texto reflexivo, nesse ambiente físico de consumo podemos fazer uma viagem analógica no tempo e na evolução dos pensamentos que construíram os conceitos de estado, governo e mercado.

Na atmosfera de um Shopping fica fácil entender como deveria ser um modelo de estado moderno com governo eficiente e bons mercados, que pudesse fornece há todos os indivíduos as mesmas oportunidades, seja do conhecimento na leitura de um livro, no recebimento de benefícios de programas sociais, passando pelo acesso a saúde na compra de medicamento.

Imagine o Estado de bem-estar social e desenvolvimentista presente no shopping seja pela satisfação de consumidores ou daqueles que possuem emprego, em uma dinâmica que além de produzir renda ainda gera muitos impostos e tributos.

Às vezes nos indagamos porque temos no Shopping boa segurança e iluminação, estacionamento amplo, com climatização agradável, ambiente limpo com belo paisagismo, pessoas simpáticas, gentis e sorridentes, diferentemente de alguns governos que são marcados pelo fracasso de políticas públicas muitas vezes com atividades parecidas na administração, planejamento e construção de um shopping.

Shopping é um excelente indicador de sucesso da política econômica, mercado aquecido pelo consumo demonstra uma economia forte que gera mais empregos e renda, favorecendo crescimento da industria e de outros mercados, construindo um cenário ideal para surgimento e expansão de novos investimentos.

Mesmo sabendo que a extensão dos poderes do estado sobre a sociedade é um tema que produzem várias controvérsias sem a certeza de consenso ou posição dominante, imaginei esses atores políticos ainda vivos fazendo uma visita no shopping.

Na fila do sorteio de prêmios e brindes, estaria Barão de Montesquieu e Jean- Jaques Rousseau. Certos da lisura das leis, do seu cumprimento e de sua regulamentação, nesse momento a urna seria para revela sorte e não um escrutínio de uma vontade política.

Na fila da sessão de cinema do mais recente episódio de tropa de elite, os pensadores do liberalismo curiosos em saber das relações entre o estado e das garantias individuais daqueles que vivem na periferia, e sentem um estado ausente e um poder paralelo de organizações criminosas. 
 
Sentado na praça de alimentação Karl Marx observa um olhar de fetiche de uma jovem por um novo modelo de celular sem presença de operadora estatal, se admira como privatização trouxe tanta concorrência para os mercados, depois se mostrou aparentemente chateado por não ver nenhuma manifestação classista.

Ao final percebemos que o sucesso dos shoppings se deve a essa necessidade de consumo e a globalização de mercados, com implantação de novas tecnologias, crescimento industrial, força de moeda forte e políticas econômicas com regras bem definidas.

Apesar de o Shopping ser um espaço criticado pelo consumismo, modismos e outros materialismos, acredito que podemos ter nele algo mais humano quando um país tem crescimento e desenvolvimento social, mesmo com passar dos séculos talvez nunca cheguemos ao verdadeiro mundo dos sonhos, não tanto pelo aparecimento de novas doutrinas antropológicas, sociais, políticas e econômicas; mais pela diversidade intelectual e natureza egoísta intrínseca do ser humano.

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